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     29/04/2024            
 
 
    

 

Domínio tecnológico e marco regulatório norteiam e embasam os negócios modernos e, se não garantem, por certo aumentam as possibilidades de competitividade e de sustentabilidade. Hodiernamente, enquanto a sociedade busca e pratica, de forma rotineira, os negócios baseados nos resultados de curto prazo, cresce no mundo as ações para uma adequada agenda ambiental. Neste dilema, há um evidente desperdício de energia útil, e a construção das bases para as energias renováveis, especialmente de biomassa, requer recursos e atenções focadas em investimentos e gestão. Há uma evidente necessidade de serem harmonizados os focos produtivistas e ambientais.

O Brasil tem uma agenda para a Agroenergia. E, a Agroenergia é um negócio típico da parceria público-privada. Determinadas as diretrizes básicas para a política da energia renovável de biomassa, que definem os rumos e as condições que pavimentam os caminhos promovendo a decisão de empreendimentos, em todos os níveis e tamanhos, cabe a integração de esforços e investimentos para a estruturação de programas de ação, que fundamentalmente definem as metas, os meios e os responsáveis. No atual estágio de desenvolvimento das fontes de matérias-primas e espécies potenciais para a produção de óleos e resíduos, o pinhão manso (Jatropha curcas L.) requer foco devido a seu potencial e oportunidades de mercado e desafios de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). 


Pinhão Manso: potencial e foco

O Brasil e o mundo buscam alternativas de fontes renováveis de matérias-primas oleíferas de qualidade, para produção em bases competitivas. Do ponto de vista da energia renovável de biomassa a discussão atual está centrada em dados e opiniões; entretanto, a questão real é fundamentada em matérias-primas “com domínio tecnológico” e “sem domínio tecnológico”.

Espécies oleíferas potenciais como o pinhão manso carecem de domesticação para sua mudança de estado natural primitivo corrente para uma espécie cultivada no futuro, com ações que superem os desafios técnico-científicos e de legislação vigente.

Para o pinhão manso há de reconhecer dois fatos. Um fato-gargalo: a espécie ainda não tem domínio tecnológico definido; e, um fato-solução: há um arrojado “dever de casa” em andamento, com esforços integrados da iniciativa público-privada, buscando-se a compreensão e uso da genética, a adequação dos sistemas de produção, a adaptabilidade local e regional da espécie, a obtenção de distinção (homogeneidade), estabilidade de cultivares comerciais, focando-se os arranjos institucionais, técnico-científicos e produtivos para a expansão competitiva do pinhão manso no Brasil, como alternativa promissora para altos rendimentos agrícola e industrial.


A oportunidade e as ações para domesticação do Pinhão Manso

O Brasil precisa de óleos e resíduos de qualidade, e busca nas matérias-primas convencionais e potenciais, oportunidades para ofertar quantidades consistentes destes produtos e atender às crescentes demandas nacionais e globais.  As espécies convencionais são culturas “com domínio tecnológico” e cadeias produtivas em organização crescente ou consolidadas, e a soja, girassol, mamona, algodão, dendê, contribuem nesta agenda. Dentre as espécies potenciais, o pinhão manso tem sido considerado como uma das alternativas de interesse, com acompanhamento, esforços e investimentos públicos e privados, e está em processo de expansão de cultivo, caracterizado pela iniciativa privada de plantio comercial e por ações técnico-científicas de domesticação, com experimentação científica e técnica continuada, objetivando transformá-la de espécie natural em espécie cultivada, em bases científicas. Estes esforços focam o estado da arte sobre o entendimento e utilização da espécie no mundo e no Brasil, e buscam atender às exigências do mercado competitivo e o tempo necessário para que a ciência possa produzir resultados e efeitos consolidados para o entendimento e utilização adequada da espécie.


O pinhão manso na pauta de interesses no Brasil

O pinhão manso, oleaginosa de importância ainda não definida na cadeia alimentar, é considerado uma matéria-prima potencial para o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). A espécie possui algumas características potenciais desejáveis, que estão sendo exploradas, que a torna interessante ao programa, tais como: rendimento de grãos e óleo, qualidade do óleo para produção de biodiesel, espécie perene, adaptabilidade a diferentes regiões, precocidade e longevidade, alternativa de diversificação, possibilidade de inserção na cadeia produtiva da agricultura familiar, entre outras. No entanto, existem alguns desafios técnicos e científicos para a inserção do pinhão manso na matriz energética do biocombustível, que podem ser analisados através de três aspectos: (a) Tecnologia de produção e produtividade da cultura: necessidade de conhecimentos científicos que fundamentem e dêem base genética aos descritores botânicos, melhoramento e sistemas de produção; (b) Limitações normativas para o cultivo do pinhão manso: registro de cultivares (RNC) e exploração comercial; (c) Qualidade do óleo vegetal e aproveitamento da torta: presença de fatores antinutricionais, alergênicos e tóxicos (como a curcina e ésteres de forbol).

A Jatropha curcas (L.) é uma espécie natural introduzida no Brasil há séculos e ocorre dispersa em grande parte do território nacional, na forma de plantas isoladas ou reduzidos maciços em pequenas alamedas e cercas, quintais e sítios, indicando forte ação antrópica para manutenção da espécie. Especialmente na década de 1980 e mais recentemente, a partir de 2005, a espécie está sendo plantada em áreas comerciais e experimentais, visando seu entendimento e aproveitamento para a produção de óleos. Há iniciado esforço público e privado de domesticação, visando o aproveitamento desta espécie como cultura; entretanto, os rendimentos de grãos, e por conseguinte de óleos ainda são baixos, ou mesmo inexpressivos.
 
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